terça-feira, 21 de agosto de 2012

Palavra do Presidente - MCP

As noites das grandes fogueiras

Quando a temperatura do Caldeirão da Baixada atinge seu grau máximo, consta que até o diabo corre de lá assustado.

Foi o que aconteceu numa noite fatídica de Maio de 2011.

Ao entrar na Arena, vi passar por mim o capeta de olhos arregalados e antevi que a Assembleia Geral onde apresentaríamos as vantagens que o CAP teria não desistindo da revitalização da nossa Arena e sediando os jogos da Copa do Mundo não seria fácil.

Aquela noite de Maio – a primeira de uma série de noites hostis – foi marcada por uma reunião terrível, onde fomos mal tratados.

Na oportunidade, não queriam permitir que o técnico de informática que iria nos ajudar durante a apresentação entrasse nos acompanhando. O clima era de guerra. A temperatura em constante elevação.

Além dos maus tratos, além de ser considerado o pior dos estranhos, cassaram a minha palavra e nos deram pouco tempo para defender nossa proposta.

Felizmente, aprovamos a condição definitiva e garantimos a participação do CAP na Copa de 2014. Restava buscar uma solução para viabilizar a construção da Arena!
Já era Julho de 2011, mais precisamente 25 de Julho de 2011, data que considero a 2ª mais importante da nossa História, atrás apenas do dia 26 de Março de 1924, dia da nossa fundação.

Na noite de 25 de Julho de 2011, aprovamos – com 80% dos votos válidos! – a proposta de Autogestão, solução para o CAP ficar livre, independente, sem subordinação e sem amarras a este ou aquele investidor, empreiteiro ou outra qualquer Instituição que viesse a nos explorar e participar das receitas e vantagens da nova Arena!

Concorremos contra a Empresa Triunfo e contra a OAS (esta que teve exatamente 27 votos a favor. Os nomes estão gravados na História. A História registra e julga. O tempo é o senhor da razão).

Aprovamos naquela noite a passagem da subordinação, da responsabilidade da viabilidade e da construção para o Conselho Deliberativo (saiu do Conselho Administrativo).

Eu teria renunciado caso acontecesse comigo, sob a nossa coordenação com a criação da Comissão dos Assuntos da Copa do Mundo e Olimpíada!

Tivemos vários problemas, só para registrarem a Ata da Assembleia levaram mais de 30 dias!

Fomos várias vezes interrompidos, xingados, chamados de visionário, megalomaníaco e milagreiro. Houve quem dissesse: “está prometendo o impossível, posto que jamais o BNDES aprovará o financiamento!”.

Assacavam contra nós: “o CAP ficará sem verbas e sem condições de construir a Arena FIFA”, além de outras acusações levianas e sem nenhuma base técnica e de experiências com este tipo de solução e encaminhamento!

Os principais opositores foram: Marcos Malucelli, Ênio Fornéa, Yara e Amadeu Geara, este que fazia parte do Conselho Fiscal e era ex-Diretor do BRDE.
Amadeu gritava, berrava e esbravejava, dizendo que jamais o MCP cumpriria a promessa de construir a nova Baixada e que nossa proposta era de louco e maníaco, que estávamos delirando e tentando enganar o Conselho!

Temos cartas e relatórios respondidos com todas as questões levantadas por eles, respostas estas que hoje se comprovam na prática que além de estarmos certos cumprimos todas as promessas feitas dentro das condições, riscos, valores e demais prometidas!

Hoje, é de conhecimento geral que o CAP terá sua Arena Fifa pronta por valores aprovados, sem nenhum risco além do 1/3 que se comprometeu no projeto.
“O tempo é o senhor da razão!”, o que eles têm para dizer agora?

Em 04/10/2011 promovemos a oficialização do reinício das obras que eles fizeram questão de não iniciar para poder jogar o Brasileiro na Baixada e mesmo assim caíram para a 2ª.divisão!

Infelizmente não foi possível darmos andamento aos trabalhos pelos problemas encontrados nos projetos, caso principal o projeto estrutural, cálculos errados, contrato totalmente pago com 50% somente executado e principalmente sem condições de iniciarmos as fundações, (risco de termos que refazer e caso não víssemos o risco seria de ruir a construção ou ser interditada).

Fomos obrigados a refazer todos os projetos que além dos valores que tivemos de gastar nos atrasou consideravelmente o cronograma que estamos recuperando neste momento!

Também afirmaram, registraram que nos valores do orçamento prometido estávamos iludindo, enganando a todos e que gastaríamos muito mais que o previsto.

Ledo engano, má-fé pura, mentira deslavada, cinismo. Hoje estamos comprovando que também neste quesito estávamos corretos, mesmo tendo aumentado a capacidade do estádio para quase 45 mil lugares, excluído todas as velhas torres para eliminação de todos os pontos cegos e com a cobertura retrátil (única Arena da América do Sul), ficaremos nos valores projetados.

Durante as eleições – pleito no qual vencemos com 70% dos votos – o candidato do MM afirmou, e temos registro, que a promessa da “tampa do caldeirão” feita por nós era outra bravata e que o CAP não teria recursos para construir, que custaria mais 100 milhões de reais!

Outras afirmações imbecis, idiotas desse povo, por exemplo, é a de que não teríamos dinheiro para pagar a conta de energia, que só de azulejos teríamos de despender uma fortuna (absurdo dos absurdos!).

Devemos registrar que o CAP – junto à ANEEL e à Copel – conseguiu a fundo perdido verba para instalar 2,4 Megawatts de geração de energia solar que nos dará autossuficiência.

Com isso, não teremos nenhum gasto com energia pelo resto da vida do clube, além de termos a maravilhosa cobertura de vidro, que será eterna.

Substituímos as telhas de policarbonato por vidro, equipamento pioneiro e único no Brasil! Teremos a Arena mais bonita, moderna e mais barata do País!

Aliás, em sede de custos, temos de assentar considerações importantíssimas.
Os governos (Poder Público) e o Clube Atlético Paranaense estão gastando menos de ¼ (25%) dos valores médios gastos nas outras capitais brasileiras que serão sedes dos jogos da Copa do Mundo de 2014!

Fundamental reforçarmos que o CAP – no cenário do futebol brasileiro do pós-Copa 2014 – será o único clube que terá para si todas as receitas produzidas por meio da sua nova Arena, sem necessitar dividir essas receitas com ninguém, sem remunerar investidores, empreiteiros ou outros parceiros.

Uma vez concluída a Arena da Baixada, o Clube Atlético Paranaense – para fazer futebol e se tornar, enfim, o nosso CAPGIGANTE – não precisará mais investir em tijolos, pois terá a melhor infraestrutura para fazer futebol no Brasil.

O CAP poderá se valer do CT do Caju e da Arena da Baixada – patrimônios nossos, pagos, sem dívidas e entre os equipamentos de futebol mais modernas do Brasil – para alavancar ainda mais seu crescimento.

E foram essas condições que os vendilhões do templo tentaram – por burrice ou por má-fé – jogar fora, despreocupados de que o CAP pudesse, como consequência, perder o trem bala da História que naquela altura passava na nossa estação.

Se tivéssemos perdido esse trem, estaríamos fadados a ficar 100 anos à margem do considerado melhor futebol do país. Quem viver verá o destino que terão aqueles que perderam o trem…

Vou além. Quem viver verá o destino que terão os que resolveram empreender em consórcio com essas empreiteiras da vida.

OAS (Grêmio), Andrade (Inter e São Paulo), W Torre (Palmeiras) e Odebrecht (Corinthians): vão sugar dos Clubes até a última gota de sangue. Clubes exangues e torcidas zangadas. Quem viver verá.

Além do que, os demais estádios públicos que servirão como palcos da Copa do Mundo de 2014 serão todos explorados e administrados por empresas privadas, apesar de o Poder Público ter pagado todos os investimentos na construção dos novos estádios e nas reformas das praças esportivas existentes!

Mas nada disso aconteceu com o nosso Atlético Paranaense. Nossa Arena da Baixada será erguida sob outro regime, muito mais transparente, mais barato e soberano.

A Arena dos Paranaenses: erguida com a nossa energia, sem a participação de terceiros, sem a exploração de empreiteiras que não têm com nossa terra nenhuma identificação.

Assim foram as noites das grandes fogueiras, nas quais definimos o futuro do Clube Atlético Paranaense.

Noites em que até o diabo fugiu do caldeirão por conta das altas temperaturas. E enquanto o diabo fugia assustado a gente entrava lá, sem medo, para botar a História Rubro-Negra outra vez nos trilhos.

Medo? Jamais! O lobisomem sabe pra quem aparece…

Mario Celso Petraglia

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